segunda-feira, novembro 28, 2005

"Precisas de crescer emocionalmente"

Acertou-me em cheio... Como se, de repente, voltasse a sentir cada nó na garganta que senti pelas asneiras que fui fazendo com tanta gente, como se me tivessem apanhado com a caixa das bolachas na mão uma vez mais.
Vindo de um amigo tem sempre aquele peso de sentença universalmente reconhecida como justa. Ri-me disso no interior, como se fosse uma piada, como se todos nós não tivéssemos os nossos telhados de vidro no aspecto emocional, contrariei, aceitei, refutei, tentei comparar, conversei. E a conclusão não chegou. Nem irá chegar. Uma vez mais. Mas também não páro mais para pensar nisso.
Há dias em que digo a mim mesma: "mereceste". Nos dias que se seguem, vivo como se de repente me tivessem posto um saco de batatas às costas e o único ponto de fuga da imagem se situasse algures um pouco à frente, mas sempre no solo.
E, de repente, tentam ver em mim, uma qualquer ilusão. Uma qualquer capa. Tentam espreitar por baixo muito subtilmente, até que descobrem que não há qualquer capa. Há um reino mais fundo, onde a indecisão impera em cada instante.
"Não sabes o que queres". Sei o que não quero. "Mas não te conformas com isso. Tentas querer até não poderes mais. No final, és a última a descobrir. A desilusão multiplicou-se no caminho. A tua. E depois a de quem te rodeia. Dás a entender que controlas tudo, que te percebes minimamente, mas há quem descubra as tuas perguntas algures num bloco de notas perdido no meio da tua cama desarrumada ou numa expressão absorta e triste. És mais transparente do que pensas."
Sentença universalmente reconhecida.

M.

A verdade é que gostava de te poder dizer outra coisa qualquer que não esta. Talvez porque imaginar me seja fácil, talvez porque não imagino grandes tormentas nesse caminho. Dou por mim a repetir que o ideal não é real.
Voltei a lembrar-me das aulas de economia. Uma escolha implica sempre uma renúncia a qualquer coisa. Este é o nosso "custo de oportunidade". Em nome de qualquer coisa que se pensa melhor agora e que apenas o desenrolar dos dias dirão como será. Há quem diga que o conta é a intenção. Outros contrapõem que "de boas intenções está o inferno cheio". Não sei se o inferno se me destina, ou se sequer existe.

Tenho apenas saudades dos tempos em que ria contigo até me doer o diafragma...

quinta-feira, novembro 17, 2005

Divagações de quem fuma um cigarro sozinha (para comemorar o dia do não fumador) e está com pouca vontade de ir comprar tabaco para a mãe

Há momentos em que me apetecia retirar os pensamentos da minha cabeça e deixá-los em cima de um papel. Como se fossem algo material. Algo moldável até. Controlável.
Esvaziar assim o palco de discussões, de memórias que revejo e completo a qualquer momento, proporcionar-me-ia, supostamente, aquela sensação de leveza de espírito que não raras vezes procuramos sem sabermos exactamente o que estamos a fazer.
Quando nos apetece esquecer tudo, mandar tudo às urtigas, como diria a minha mãe numa linguagem mais cuidada do que aquela em que eu me expressaria nessas alturas, não será fugir apenas, mas fugir para uma relativa paz interior talvez. Ou aspirar a tal.
Pergunto-me se, tal como me apetece nestes momentos de perguntas-a-mais-numa-cabeça-tão-pequenina, conseguíssemos de facto retirar esses pensamentos, como se a nossa cabeça de um balão se tratasse, a qualquer momento, a sensação seria a mesma.
Se aquela sensação de serenidade há muito esperada e raramente alcançada teria o mesmo efeito de cada vez que a atingíssemos propositadamente. Lembrei-me agora das minhas aulas de introdução à economia... E passo a traduzi-la para uma linguagem menos comum ao meu discurso (já que sempre disse que o meu curso é uma coisa abominável e com a qual não tenho nada a ver... mas, contraditoriamente, lá continuo) : seria a utilidade marginal dessa serenidade sempre crescente? ou o valor que lhe daríamos tenderia a descrescer à medida q beneficiássemos dela um pouco mais de cada vez?
Se houvesse uma sondagem sobre isto, provavelmente a resposta que obteria maioria considerável seria provavelmente que não. O valor, o efeito, o grau de serenidade em si,... não seriam o mesmo. E nisso também eu acredito...
No entanto, se houvesse um mecanismo, um produto qualquer que permitisse uns, ainda que céleres, momentos de paz dentro da minha cabeça, numa dosagem moderada e controlada para não abreviar e diminuir a mesma sensação (e que não exigisse uma taxa de esforço demasiado grande para quem "ganha" mesada), lá estaria eu de cartão de débito em riste para o obter.

segunda-feira, novembro 14, 2005

Este gajo enerva-me....


Mário Soares escolheu como mote de campanha a crítica continuada a Cavaco Silva. Senilidade ou técnica infantil, o facto é que este senhor anseia pelas "macacadas" que planeia fazer em pleno ringue, pelo que continua a fazer birrinha pelos seus debates com o argumento de que da "discussão que nasce a luz".
Já estaria na altura deste senhor, do alto dos seus 84 anos, apagar definitivamente a luz e deitar-se longe da política.

terça-feira, novembro 08, 2005

Porque...

é que tudo tem tendência a correr de maneira oposta ao que esperamos?

quarta-feira, novembro 02, 2005

Eu bem digo...

You Belong in New York City

You're an energetic, ambitious woman.
And only NYC is fast enough for you.
Maybe you'll set yourself up with a killer career
Or simply take in all the city has to offer
What City Do You Belong in? Take This Quiz :-)

segunda-feira, outubro 24, 2005

terça-feira, setembro 13, 2005

Nesta última confusão de acontecimentos que se sobrepõem, dou por mim a tentar lembrar-me de como era há algum tempo. Não me consigo decifrar e encontro apenas descrições noutras palavras que não as minhas.
Sei apenas que conhecia melhor o impulso de mergulhar de cabeça em algo que, se não se quer, se aparenta querer. O corpo seguia cada pulsar do momento, a racionalidade ficava para as coisas que considerava mais sérias. O depois.
O depois, que nem sempre se revelou fácil. O depois, que tentei esconder, que agora se encontra espelhado em cada movimento meu. Sinto que me cortei umas quaisquer asas, que não sabia poder perder.
E acabo por falar sempre no mesmo, por perpetuar por palavras o que sinto nesta ânsia de querer algo mais do que este pensar em quantidades avulsas. Que forma de luta é esta em que acabo por justificar o que queria mudar?

sábado, julho 30, 2005

Anoitecer

"A luz desmaia num fulgor d’aurora,
Diz-nos adeus religiosamente…
E eu, que não creio em nada, sou mais crente
Do que em menina, um dia, o fui… outrora…

Não sei o que em mim ri, o que em mim chora
Tenho bênçãos d’amor pra toda a gente!
Como eu sou pequenina e tão dolente
No amargo infinito desta hora!

Horas tristes que são o meu rosário…
Ó minha cruz de tão pesado lenho!
Meu áspero e intérmino Calvário!

E a esta hora tudo em mim revive:
Saudades de saudades que não tenho…
Sonhos que são sonhos dos que eu tive…"

Florbela Espanca
Haloscan commenting and trackback have been added to this blog.

sexta-feira, julho 29, 2005


Planos que se sobrepõem, castelos de cartas demasiado frágeis para subsistirem de pé sem a vontade a equilibrá-los dos dois lados.
A fatalidade do sentir que me acompanha em mais uma viagem de regresso ao sentimento já conhecido e reconhecido de estar só.
Boas férias.

segunda-feira, julho 25, 2005

Just a day, just an ordinary day...


Feeling so small... Absence makes the heart grow fonder, they say...

segunda-feira, maio 30, 2005


.