quarta-feira, maio 16, 2007

EM BUSCA DO AMOR

O meu Destino disse-me a chorar:
«Pela estrada da Vida vai andando;
E, aos que vires passar, interrogando
Acerca do Amor que hás-de encontrar.»

Fui pela estrada a rir e a cantar,
As contas do meu sonho desfiando…
E noite e dia, à chuva e ao luar,
Fui sempre caminhando e perguntando…

Mesmo a um velho eu perguntei: «Velhinho,
Viste o Amor acaso em teu caminho?»
E o velho estremeceu… olhou… e riu…

Agora pela estrada, já cansados
Voltam todos pra trás, desanimados…
E eu paro a murmurar: «Ninguém o viu!...»

Florbela Espanca

(ou Florista da Esperança, como um dia lhe chamei nos primeiros passos da leitura... Mas lá esperança nunca teve muita)

QUE IMPORTA?...


"Eu era a desdenhosa, a indif’rente,
Nunca sentira em mim o coração
Bater em violências de paixão
Como bate no peito à outra gente.

Agora, olhas-me tu altivamente,
Sem sombra de Desejo ou de emoção,
Enquanto a asa loira da ilusão
Dentro em mim se desdobra a um sol nascente.

Minh’alma, a pedra, transformou-se em fonte;
Como nascida em carinhoso monte
Toda ela é riso, e é frescura, e graça!

Nela refresca a boca um só instante…
Que importa?... Se o cansado viandante
Bebe em todas as fontes… quando passa?..."

Florbela Espanca

terça-feira, maio 15, 2007

Questionar a amizade. O respeito.

As formas de impulso do corpo.

A lucidez. A maturidade.

O antes. O depois.

A coragem. De uma conversa. De assumir. De ter consciência.

As consequências. Nos outros. Também.

Mudar. Para a frente. Para sempre. Deixar. O carrossel. Os carrosséis. E as montanhas russas.

Para a frente é que é caminho. Vou tentar. Só tens a ganhar.

Já não há o que perder.