Sem escutar as conversas dos outros, por vezes chegam-nos aos ouvidos frases vindas algures da mesa do lado. Talvez por isso eu fale tão baixo, de tal forma que as frases que mais ouço, todos os santos dias, é "hã? fala mais alto! não te ouço!".
Mas não é destas que quero falar.
Mas sim da que ouvi hoje, no meu café matinal de "estou-cheia-de-sono-mas-tenho-mesmo-de-pegar-nos-livros". E apesar do sono, a capacidade auditiva estava apurada o suficiente para recair num debater (ou rebater, como queiram) de ideias de duas mocitas (mais velhas do que eu, mas isso não vem ao caso).
E caiu-me a meio do café a tal frase. "Opá não acredito nisso... A vida é muito real". Não percebi o que era o "(n)isso", até pq nem cheguei a ouvir nada além dessa parte, pelo que também não captei o assunto.
Fixei-me naquela segunda parte. A vida é muito real. Dito agora parece uma frase meio ridícula, óbvia demais. Mas naquela altura fiquei a remoer naquilo. O dia inteiro a (re)pensar aquela frase ou a desdobrá-la noutras.
Até que ponto é para cada um de nós muito real? Até que ponto vai o real? Até que ponto se pode definir a realidade de uma vida? E qual é o revés da realidade? Será o inverso uma irrealidade se o considerarmos como nada?
Enfim...
Não gosto de dias cinzentos.
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