quarta-feira, maio 16, 2007

EM BUSCA DO AMOR

O meu Destino disse-me a chorar:
«Pela estrada da Vida vai andando;
E, aos que vires passar, interrogando
Acerca do Amor que hás-de encontrar.»

Fui pela estrada a rir e a cantar,
As contas do meu sonho desfiando…
E noite e dia, à chuva e ao luar,
Fui sempre caminhando e perguntando…

Mesmo a um velho eu perguntei: «Velhinho,
Viste o Amor acaso em teu caminho?»
E o velho estremeceu… olhou… e riu…

Agora pela estrada, já cansados
Voltam todos pra trás, desanimados…
E eu paro a murmurar: «Ninguém o viu!...»

Florbela Espanca

(ou Florista da Esperança, como um dia lhe chamei nos primeiros passos da leitura... Mas lá esperança nunca teve muita)

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